Educação Financeira 13 de outubro de 2021 Imagem de seta

Educação financeira: ensine seu filho a lidar com dinheiro em 7 passos

Pessoa em frente a três potes transparentes, cada um com um pouco de moeda, para representar a educação financeira das crianças

A educação financeira deve ser estimulada desde a infância. Afinal, quem não quer que o filho tenha um futuro longe das dívidas? Veja tudo que você deve – ou não – fazer para ensinar de forma assertiva!

O que é Educação Financeira infantil?

Assim como para os adultos, a educação financeira é o desenvolvimento de habilidade para lidar com o dinheiro da melhor forma – que no nosso caso agora é voltado para as crianças e adolescentes.

Um a cada três estudantes aprendem a poupar dinheiro após lições de educação financeira, segundo a Associação de Educação Financeira do Brasil (AEF).

Porém, o Brasil ainda está longe de ser um país que incentiva a educação financeira infantil.

De acordo com o Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (PISA) de 2018, dos 20 países avaliados, o Brasil ficou na 17ª colocação no quesito de competência financeira analisados pela OCDE.

Apesar disso, podemos comemorar um pequeno avanço já que no PISA 2015, o país ficou em último entre os 15 avaliados – aumentando a sua nota de 393 para 420 pontos, mas ainda muito abaixo da média geral (505 pontos).

No entanto, é possível mudar esse quadro, mas para isso acontecer a educação financeira tem que começar dentro de casa e com a ajuda da escola.

– Educação financeira na escola

De acordo com o Instituto Axxus, que entrevistou 750 pessoas sobre a relação da educação financeira das crianças pelas quais elas eram responsáveis, abordou que 93% dos entrevistados nunca aprenderam em casa ou na escola sobre educação financeira. 

Foi demonstrado que 70% das crianças que aprenderam sobre finanças passaram a ajudar os pais nas compras, mas 43% delas que não tiveram acesso a educação financeira, reagiam mal quando os pais negavam algo.

O cenário tende a melhorar, já que desde 2020 o tema finanças entrou para a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) em todas as instituições de Ensino.

A BNCC orientou as escolas para que educação financeira não seja uma matéria extra, mas que ela seja inserida dentro de todas as matérias.

Ou seja, dentro do próprio planejamento no plano de aulas, já seriam indicados que assuntos poderiam trazer um conteúdo relacionado ao dinheiro e às finanças.

O Banco Central realizou um estudo onde apontou que os estudantes que tiveram aula de educação financeira usam 9% a menos o cheque especial e 6,75% o rotativo do cartão de crédito.

Como começar e quais as melhores atividades de Educação Financeira para as crianças?

O primeiro passo e talvez o mais importante: o exemplo. A máxima de “faça o que eu digo, mas não faça o que eu faço!”, não pode ser aplicada aqui.

É importante que a criança seja introduzida na educação financeira dentro de casa e nada melhor que os pais demonstrem dentro do seu próprio planejamento como as coisas funcionam.

Cada idade pede uma atenção diferente nesse quesito, é possível introduzir o tema dinheiro entre os dois e três anos de idade, mas para que a criança entenda sobre contas e dívidas precisa ser aos poucos.

#1 Mesada

Esse é um assunto que gera polêmica, afinal deve-se dar mesada ou não à criança?

Segundo a educação financeira, é uma maneira importante de entender sobre remuneração, gastos, poupar e investir. Mas para que seja eficiente, os responsáveis precisam acompanhar tudo isso de perto.

Como a criança não tem noção sobre contas e dívidas, o primeiro pensamento dela com o dinheiro sempre será gastar – como alguns adultos por aí, né? 

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Mas a mesada pode ser dada de várias formas, dependendo da idade, tanto em relação ao valor, quanto da periodicidade. 

Poderia começar aos dois e cinco anos com moedinhas, depois aumentar com a semanada entre 6 e 8 anos, passando para quinzenal entre 8 e 12 anos e mensal a partir dos 13.

Desta forma, o jovem pode entender sobre remuneração e que a gente não pode ter dinheiro sempre que quer e, sim, quando o conquistamos com o trabalho.

Uma lição que pode ser ensinada na mesada é sobre os impostos, afinal não podemos fugir deles e dessa forma já se entende desde pequeno que parte do que se ganha não ficará com ele.

#2 Recompensa

Outro ponto que gera controvérsias, afinal deve-se recompensar a criança ou ela tem que aprender que não deve fazer alguma coisa apenas para ser recompensada?

Para as finanças, é importante que a criança tenha recompensas e não precisa ser em todas as tarefas, mas estipular algumas coisas que não esteja na lista de obrigações para que saiba da importância de ser ter uma renda extra.

#3 Cofrinho, poupança e investimento

Depois que a criança entende o que é dinheiro, sobre a remuneração e renda extra, está na hora de entender a importância de poupar.

O cofrinho pode ser usado inicialmente apenas para a criança entender primeiro que se deve guardar o dinheiro para depois comprar algo, por exemplo. Nos primeiros anos é legal que seja transparente para ver o dinheiro ali guardado.

Depois, pode-se ter dois cofrinhos para que ela veja que não se deve apenas guardar para gastar, mas que pode usar um para gastos mais imediatos e outros para o futuro.

Mas é importante que seja apenas usado como instrumento lúdico no início, pois um dos maiores erros dos adultos é deixar o dinheiro parado na poupança sem render quase nada – e o cofrinho rende zeeeeero.

A medida que a criança for crescendo e tendo maturidade para entender, deve-se mostrar a importância de investir, mesmo que comece com o cofrinho.

Pode-se mostrar com taxas mais altas para que aprenda que existe uma recompensa em guardar e investir.

O estímulo pode ser feito dizendo para ele investir R$50 em um mês e no mês seguinte entregando R$55 – 10% de juros, falando que quanto mais tempo ele deixar o dinheiro investido, mais ele renderia.

Aos poucos, a criança vai entendendo a importância de multiplicar o dinheiro e que quanto mais ela poupar e investir, melhor e assim tem bem menos chances de ser um adulto com problemas financeiros.

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Também é possível abrir uma conta no banco para criança, como, por exemplo, uma conta em uma investidora e, assim, quando ele chegar na pré-adolescência já poderá ver na prática como funciona tudo.

#4 Participação no planejamento familiar

É importante que o dinheiro não seja um assunto tabu dentro de casa. As finanças podem e devem fazer parte das rodas de conversa.

Não precisa mostrar todas as contas, mas é importante mostrar como tudo custa dinheiro, que o salário não muda a cada mês, mas as contas sim.

Fazer com que a criança entenda o porquê de muitas vezes os responsáveis não conseguirem dar o que eles pedem.

Inclusive, na hora da criança querer gastar sua mesada, já se pode mostrar o valor de cada coisa, principalmente quando ela quiser algo muito caro e descobrir que para aquele objeto precisará economizar por meses.

Outra lição importante é a economia, mostrar como economizar na conta de água e de luz. Aliás, mostrar a importância de reciclar, compostar e reutilizar são lições de educação financeira e ambiental.

#5 Jogos

– Banco imobiliário e Monopoly

– Caixas registradoras

– Dinheiro de mentirinha

#6 Livros

1 – A Cigarra e a Formiga

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2 – O pé de meia mágico (Álvaro Modernell)

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3 – Como se fosse dinheiro (Ruth Rocha)

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4 – Vingadores: salvando o dia (Marvel)

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5 – O menino do dinheiro (Reinaldo Domingos)

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6 – O menino, o dinheiro e os três cofrinhos (Reinaldo Domingos)

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7 – Como cuidar do seu dinheiro (Mauricio de Souza e Thiago Nigro)

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#7 Empreendedorismo

Além da renda extra com as atividades domésticas, o empreendedorismo quando incentivado desde criança também aumenta as chances de uma vida com liberdade financeira no futuro.

Além de tudo, é uma forma de você fazer atividades junto com a criança, ajudá-lo a fazer doces para que ele venda entre os vizinhos, na escola ou para família é uma delas.

Vale ressaltar que aqui não é só a criança que aprende, os responsáveis acabam tendo que buscar cada vez mais conhecimentos para poder ensinar e acabam incorporando mais e mais na sua própria vida.

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